Os Dez Mandamentos no Conserto Eterno – Parte 4

Certa vez, os fariseus se reuniram para questionar Jesus. Perguntaram então: Qual é o grande mandamento?(Mt 22:36). E Jesus então lhes responde que o primeiro é amar a Deus de todo coração, toda alma e pensamento(Mt 22:37). O segundo mandamento mencionado por Cristo foi amar o próximo como a ti mesmo (Mt 22: 39).

Podemos afirmar que a lei de Cristo é resumida em dois mandamentos. Mas se analisarmos os dez mandamentos do conserto do Sinai, notaremos que estes dois são o resumo dos dez. Veja o esquema abaixo:

AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS.

Não terás outros deuses diante de mim (Ex 20:3).
Não farás para ti imagem de escultura (Ex 20:4-5)
Não tomarás o nome do Senhor Deus em vão (Ex 20:7)

AMAR O PRÓXIMO COMO A TI MESMO.
Honra teu pai e tua mãe (Ex 20:12).
Não matarás (Ex 20:13).
Não adulterarás (Ex 20:14).
Não furtarás ( ex20:15).
Não dirás falso testemunho contra o teu próximo (Ex 20:16).
Não cobiçará a casa de teu próximo (Ex 20:17).

Observe que no novo conserto, o sábado não aparece, pois de acordo com o próprio Cristo o sábado não surgiu porque Deus precisava descansar. Mas o sábado foi instituído por causa do homem (Mc 2:27), pois este sim, necessita do repouso. Dessa forma, ele foi suprimido, pois ele é o único que não aponta para Deus e nem para o próximo, apenas para o beneficio do próprio homem.

Concordamos que Jesus guardou o sábado (Lc 4:16), bem como as mulheres que visitaram o corpo de Jesus após sua morte.Elas esperaram passar o dia de sábado para ir ao túmulo (Lc 23:54-56). Os apóstolos também guardavam o sábado (Atos 13:14,42,44; 17:2 e 18:1-4). A justificativa é muito simples, o fato de Cristo e seus seguidores serem judeus exigia a guarda do sábado, caso contrário poderiam ser apedrejados (Nm 15:32-35). O próprio Cristo afirmou que não veio para destruir a lei mas cumpri-la , caso contrário, Ele não poderia se oferecer em sacrifício, pois teria pecado.

Paulo, quando escreve aos irmãos da Galácia, adverte Pedro que apesar de ser judeu vivia como gentio, pois tinha experimentado o evangelho de Cristo. E isto não lhe dava margem para forçar os gentios, que também tinham passado pelo novo nascimento, a viver como judeus (Gl 2:14-17). Portanto, se estamos em Cristo somos justificados pela obra de Cristo e não as obras da lei e, consequentemente, não precisamos ser como judeus para sermos salvos, mas sim, dependentes da graça infinita de Deus.

Em relação ao domingo, não existe fundamentação bíblica para ser um dia de repouso, mas respaldo histórico. Assim como os escritos proféticos dos tempos modernos não foram canonizados e são históricos.

Sabe-se que em 321 d. C o imperador romano Constantino numa estratégia para não perder seu império pagão para a crescente massa cristã que emergia das catacumbas e abrigos secretos, forjou uma conversão. E movido pela influência de sua esposa, hoje santa Helena, mesclou elementos do culto pagão ao culto cristão. Um exemplo é a mudança do dia sagrado utilizado pelos judeus e alguns cristãos convertidos (o sábado) para o domingo.

Para o imperador não seria um tarefa difícil, pois Jesus aparece na bíblia como o sol da justiça (Ml 4:2), então era só mudar o sábado para o Sunday, ou dia do sol. O nascimento de Cristo também não era impossível traçar, afinal entre 24 e 25 de dezembro acontece o dia mais longo do ano denominado solstício de verão. Constantino associou o nascimento de Mitra, o deus sol da mitologia persa e romana, com Jesus, o sol da justiça e criou-se o natal dos cristãos.

Dessa forma, não temos um dia especifico para louvor e adoração, pois Cristo em João 4 diz que os verdadeiros adorarão em espírito e em verdade, não importando o dia da semana ou o lugar. Temos a liberdade em Cristo Jesus a graça salvadora à nossa disposição, portanto, vivemo-la até a Sua volta. Amém!

Por: ADLINHARES

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